Câmara de Vereadores realiza Reunião Solene para concessão do Título de Vereador Emérito.

Na noite de ontem, dia 05, a Câmara de Vereadores realizou uma homenagem ao Senhor Osmar Delmar Schoenardie, que foi agraciado com o Título de Vereador Emérito.

Realizado anualmente pelo Poder Legislativo, através da Lei Municipal nº 4.648, de 30/07/14, tem o objetivo de homenagear ex-vereadores que tenham prestado relevantes serviços ao Poder Legislativo e a cidade de Igrejinha.

O evento contou com a presença dos Vereadores, do Prefeito Leandro Horlle, familiares e amigos do homenageado, que vieram prestigiá-lo nesta noite especial.

Abaixo, uma biografia do agraciado da noite, que exerceu o seu mandato na 3º Legislatura – 01/02/73 a 31/01/77.

 

            Osmar Delmar Schoenardie nasceu em 27 de julho de 1943, no interior de Rolante, então distrito de Santo Antonio da Patrulha, estado do Rio Grande do Sul, filho de Emilio Valdemar Schoenardie e Erna Ida Schoenardie, nascida Klein, sendo seus pais pequenos agricultores. Aos oito anos veio, junto com sua família, morar em Igrejinha, cidade na qual mora ininterruptamente há 70 anos.

            Cursou o ensino primário de 1952 a 1956 no Grupo Escolar de Igrejinha, hoje Instituto Olivia Lahm Hirt, que curiosamente, durante dois anos, foi sua professora.  Em 1961, instalou-se em Igrejinha uma escola da C.N.E.G. (Companhia Nacional de Educandários Gratuitos) hoje C.N.E.C. (Companhia Nacional de Escolas da Comunidade) com um curso ginasial de comércio, que titulava os alunos como “auxiliares de escritório” e que dava acesso a escolas de 2º grau. Nessa escola, o biografado retomou os seus estudos, época em que já ocupava cargo de relevância em uma das principais fabricantes de calçados locais (Hensler & Cia ltda, mais tarde Calçados Montseny Ltda), sendo responsável pelo faturamento, escrita fiscal e departamento fiscal, incluindo folha de pagamentos, empresa em que trabalhava desde 1957. Em 1964, concluiu o Curso Ginasial, fazendo parte da primeira turma de formandos da nova escola. Em 1965, o senhor Osmar, junto com cinco colegas de formatura do ano anterior, foi estudar em Sapiranga, no curso Técnico em Contabilidade, no Colégio Comercial Virgílio Cortese, onde se formou em fins de 1967.

            Também no ano de 1967, mais precisamente em 29 de julho, o senhor Osmar casou-se com a jovem Marlisa Suseli Fleck, nascida em 27 de abril de 1946, em Igrejinha, filha de Ernesto Nildo Fleck e Waldy Dulcida Fleck, nascida Sander, cujo matrimônio religioso ocorreu na Igreja Evangélica de Confissão Luterana, Igreja Gabriel, que é um dos símbolos de Igrejinha.

            Na área profissional, em 1968, após a obtenção de seu registro no Conselho Regional de Contabilidade, assumiu a responsabilidade pela escrituração contábil da empresa Calcados Montseny Ltda.

            Foi no começo de 1968 que o senhor Osmar aceitou o convite para lecionar na escola da CNEC (onde cursou o ginasial) a pedido do diretor Pedro Ivan Sparrenberger, que havia sido seu diretor e professor, com o qual mantinha bons laços de amizade e eram correligionários políticos. A boa experiência durou em torno de oito anos.

            Ainda no ano de 1968, aceitou o convite para ingressar em um clube de serviços, filiando-se ao Lions Clube de Igrejinha, no qual permaneceu cerca de quinze anos, ocupando vários cargos, inclusive a presidência.

            Também no ano de 1968, teve sua primeira experiência na política, submetendo seu nome ao julgamento popular, concorrendo a uma cadeira na Câmara de Vereadores, tendo ficado na suplência e assumido no último ano (1972), por um período de 6 a 8 meses.

            A partir de 1969, o biografado abriu o leque de sua condição de contabilista, registrando-se como autônomo, passando a atender novas empresas com horários variados, por exemplo: 5 horas em uma, 3 horas noutra e 2 horas em uma terceira. Dessa maneira, continuou trabalhando em Calçados Montseny Ltda, e passando a atender também Calçados Siboney Ltda e Kichler & Cia Ltda.

            Nos anos 70, o biografado e sua esposa foram abençoados com os nascimentos de seus três filhos, a saber: em 20 de março de 1970, Deisi; em 14 de junho de 1975, Gustavo Alberto e em 27 de agosto de 1977, Sandra.Todos com famílias formadas, bem entrosados na sociedade e que proporcionaram ao senhor Osmar a alegria da chegada de seus cinco netos.

            Em 1973, assumiu os serviços contábeis de Ronnau, Spohr & Cia Ltda e ao cabo de alguns meses, ainda no mesmo ano, aceitou a oferta de adquirir a cota de um dos sócios, passando a titular do quadro social da empresa, agora sob nova denominação, de Calçados Fany Ltda, com o que, gradativamente, foi abrindo mão de seus clientes da área contábil, sendo a última a se desligar Calçados Montseny Ltda, com a qual manteve um vínculo de 18 anos, de 1957 a 1975.

            Em 1972, novamente concorreu a uma cadeira nesta casa legislativa, pela ARENA, desta vez com êxito, sendo o 4º mais votado. No dia da posse foi eleito pelos seus pares para presidir esta casa durante o biênio 1973\1974. Seu primeiro ato, após assumir a presidência, com muita honra, foi dar posse ao novo prefeito e seu vice, respectivamente senhores Selson Flesch e Pedro Ivan Sparrenberger, ambos também eleitos pela ARENA.

            Em 1974, ainda na condição de presidente da Câmara de Vereadores, foi o primeiro vereador de Igrejinha a assumir o lugar do prefeito municipal, pelo espaço de 10 dias, em vista do prefeito e seu vice terem se ausentado concomitantemente de nosso Estado, ainda que em rumos diferentes. Com o término desse mandato, o biografado deu fim a sua breve vida pública, que mesmo assim trouxe-lhe grandes satisfações, amizades e aprendizados.

            Em 1982, em comum acordo entre os sócios, ocorreu a venda da empresa Calçados Fany Ltda, tendo o biografado retomado sua profissão de contabilista. Durante cerca de dez anos trabalhou em micro e pequenas empresas, entre elas: Calçados Ondinha Ltda, Amauri F. da Cunha, Nelson Leuck& Cia Ltda, Calçados Quintin Ltda e Industria de Calçados Katneia Ltda.

            Em 1993, aceitou o convite da direção de Calçados Zeket Ltda para o cargo de gerente nacional de vendas, que na realidade, na opinião do senhor Osmar, foi um desafio encarado com muita coragem, que teve como desfecho muito mais que as melhores expectativas. Foi ali que encontrou o melhor ambiente de trabalho de todos, ao longo de 50 anos de atividade profissional. Contou com um ótimo quadro de vendedores e na área de produção havia profissionais de admirável competência. Na área de abastecimento havia  critérios rigorosos na qualidade dos insumos. Tudo isso representou vendas para manter a empresa em condições de produzir em tempo integral, ao longo de quase 15 anos de atividade nessa função. Deixou a empresa no ano de 2007, sentindo-se leve e orgulhoso, tipo “missão cumprida”, com o que encerrou suas atividades profissionais.

            Em 06 de maio de 2005 o senhor Osmar sofreu um abalo irreparável, com o repentino falecimento de sua esposa, senhora Marlisa, que recém havia completado 59 anos.

            Além dos dados relatados, o biografado, ao longo dos anos, participou de diretorias de diversas instituições da cidade de Igrejinha, em diversas épocas, a saber: Sociedade União de Cantores, Sociedade 10 de Novembro, Igreja Evangélica de Confissão Luterana , Esporte Clube Igrejinha, tomando parte também de uma ordem de cultura.

            Alguns fatos que faz questão de deixar registrados:

- No tempo de aluno da escola da CNEC, foi um dos fundadores do Centro Estudantil de Igrejinha, sendo seu primeiro presidente;

- Integrou a comissão organizadora do 1º Baile dos Estudantes de Igrejinha, no ano de 1964, que contou na parte musical, com o famoso conjunto melódico “Pedrinho e seu conjunto” de Bento Gonçalves, considerado o melhor do sul do Brasil, e, como maior atração do evento, a presença e desfile pelo salão da SUCI da então Miss Rio Grande do Sul, senhorita Rosa Maria Gallas, que era de Montenegro;

- Na condição de diretor do departamento de bolão da SUCI, assistiu a conquista do primeiro título de campeão estadual de bolão de um grupo de bolão de Igrejinha. Esta proeza foi conquistada pelo Grupo de Bolão de Casais Somos Assim, cujas finais foram sediadas pela SUCI;

- O biografado fazia parte do Grupo de Bolão Dragão, filiado à SUCI, e no ano de 1987 era o seu presidente. Para sua alegrai e de todo o grupo, nesse ano o Dragão ganhou mais um campeonato interno, como também o primeiro Campeonato Municipal, realizado em homenagem ao Centenário de fundação da SUCI, completado nesse ano;

- E por último, deixa registrada a grande satisfação de ter sido paraninfo da turma de formandos do curso ginasial, então seus alunos, de 1970, da escola da CNEC. Junto com sua esposa Marlisa, acompanhou esta turma em uma fantástica viagem de formatura, em um ônibus, para Foz do Iguaçu, durante 10 dias, em cujo roteiro não havia hospedagem em hotel, somente ônibus e lonas de caminhão. Os ouvintes podem imaginar a aventura!