Câmara de Igrejinha aprova projeto que dá nome das gêmeas Antônia e Manuela a ruas

A Câmara de Vereadores de Igrejinha aprovou, em Sessão Ordinária realizada na segunda-feira (15), o Projeto de Lei do Legislativo 069/25 que renomeia vias públicas com os nomes das gêmeas Antônia e Manuela Pereira. As duas foram encontradas mortas com oito dias de intervalo em outubro de 2024, com apenas seis anos. A proposta, de autoria da vereadora Ana Maria de Oliveira de Sá (PSB), propõe renomear duas ruas do bairro Invernada com os nomes das crianças. 

 

Pelo projeto, a atual Rua Alfazema passa a se chamar Rua Antônia Pereira, enquanto a Rua Jasmim será renomeada Rua Manuela Pereira. Ambas estão localizadas no Bairro Invernada. As ruas foram escolhidas por serem juntas e por não possuírem residências, o que evita impacto aos moradores e facilita a implantação da mudança.

 

O pai das meninas, Michel Persival Pereira, entrou em contato com alguns vereadores e, ao encerrar o período permitido para protocolar o projeto, a vereadora Ana o fez. “É um gesto de respeito, memória e solidariedade a toda a família, aos amigos e à comunidade que ainda sente profundamente essa perda tão dolorosa. Dar nome às ruas é uma forma de garantir que suas vidas não sejam esquecidas e que sua história siga lembrada com dignidade”, destacou.

 

 

O projeto enfrentou resistência nas comissões da Câmara. A matéria foi aprovada por 2 a 1 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e também passou pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Bem-Estar Social e Segurança (CiDEBS). Na sessão ordinária, o projeto foi aprovado por 7 votos favoráveis e um contrário. O projeto foi encaminhado ao executivo municipal para a promulgação da Lei.

 

Manuela Pereira morreu em 7 de outubro de 2024, após passar mal enquanto dormia. O laudo de necropsia apontou hemorragia pulmonar com insuficiência respiratória causada por meio cruel, caracterizada como um tipo de asfixia. Oito dias depois, em 15 de outubro, Antônia morreu da mesma forma. A ficha hospitalar indicou pupilas fixas e sangramento na traqueia, com suspeita inicial de intoxicação por veneno de rato, também classificada como asfixia por meio cruel.

A mãe das crianças, Gisele Beatriz Dias, 43 anos, está presa preventivamente desde dezembro de 2024. Ela foi indiciada no inquérito da Delegacia de Igrejinha como principal suspeita das mortes.